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Na última resenha tratei sobre o que está afastando o torcedor do estádio. Hoje, abro a resenha falando sobre a crise administrativa-financeira iminente dos clubes de futebol.

Qual o clube brasileiro que pode dizer que está bem de finanças? Boa parte das razões que lancei na última resenha se aplicam, também, para essa farra dos endividados.

Como explicar que os chamados grandes clubes brasileiros, mesmo atolados em dívidas, continuam contratando, inclusive no mercado europeu, aumentando significativamente o seu endividamento?

Ausência de ídolos, já não somos mais o melhor futebol do mundo, clubes geridos de maneira duvidosa, dirigentes irresponsáveis, ações trabalhistas de valores astronômicos, tudo isso faz com que, cada vez mais freqüente, clubes tradicionais anunciem que estão à bancarrota.

O Botafogo/RJ e o Santos/SP, atualmente, buscam subterfúgios jurídicos a fim de evitar o bloqueio das rendas. O Paraná/PR amarga uma crise sem igual. O Náutico/PE sobrevive em condição de penúria. Isso sem falar nos clubes potiguares.

O que causa indignação maior é que quando a falência é inevitável, um coelho é tirado da cartola e a velha viúva aparece, como o gênio da lâmpada, a fim de trazer a $$$olução mágica.  

A saída sempre é um perdão de dívidas e de impostos ou um Timemania ou qualquer outra loteria já inventada ou ainda por vir, que na verdade são maneiras de extorquir o povo.     

Esse mesmo povo que deixa de ter a comida na mesa, educação de qualidade e segurança nas ruas porque o dinheiro que deveria ser destinado a essa justiça social não está nos cofres da mesma viúva, uma vez que os dirigentes dos clubes continuam ludibriando profissionais, ignorando obrigações, e eles - dirigentes - não assumem nenhuma responsabilidade solidária com isso, deixando sempre o nome do clube como devedor.  

Como disse Fernando Amaral em seu blog, " (...) cobrar presença da torcida no estádio não é função da imprensa. Cobrar dos dirigentes organização, transparência, competência, decência e honestidade é função da imprensa".

O assunto é chato. Mas no momento em que o povo brasileiro parece ter acordado para cobrar da classe política um trabalho sério, tal situação também deve ser dirigida aos dirigentes dos clubes, porque nenhum cidadão de bem está aí para pagar impostos e ver seu dinheiro empregado em operações de salvamento de clubes de futebol.  

(...)

Após a pausa da Semana Santa o futebol voltou à sede da ASTRA 21 para o encerramento da terceira rodada do primeiro turno.

O campeonato de 2015 tem se mostrado muito igual, parelho, e alguns tropeços certamente irão definir os confrontos das semifinais ou mesmo serão decisivos para determinar quais os futuros semifinalistas.

Na primeira partida OAB x Confiança fizeram o que se pode chamar de "briga de cachorro grande". Um jogão com placar indefinido do início ao fim.

A emoção começou logo no primeiro ataque, quando Gugu foi quase a linha de fundo e cruzou voltando para a cabeça da área encontrando Robério livre, que bateu forte para uma defesa monstra de Vinícius, tendo a bola voltado para os pés do advogado carequinha que chutou forte e abriu o placar.

O gol no início do jogo abateu o Confiança. A OAB não relaxou e continuou a ditar o ritmo. O primeiro quarto foi elétrico e agradou a quem estava na ASTRA 21.

Na volta para o segundo quarto se viu um Confiança afoito, tentando chegar ao gol adversário com bolas esticadas para a dupla Monteiro-Denilson, porém o espaço entre a intermediária e a zaga era toda povoada pelos advogados, sempre com um na sobra quando os atacantes do Confiança tentavam uma jogada individual. Sem conseguir furar a defesa adversária, os azuis atuais campeões insistiam em chutes de fora da área sem assustar a meta de Cleilton.

A OAB continuava melhor e mandou três bolas na trave em ataques rápidos, mostrando certa fragilidade da defesa do Confiança.

Quando o time dos advogados era mais presente no jogo e o segundo quarto caminhava para o fim, tivemos a oportunidade de assistir, sem exageros, um dos mais belos lances de todos os tempos em 16 anos de campeonato. Bola esticada para Denilson na ala esquerda na direção do gol do muro da ASTRA 21. Ele domina a bola e, como de costume, levanta a cabeça procurando o parceiro que se apresenta pela intermediária e levanta a mão pedindo a bola. Denílson, então, manda de três dedos por cobertura e a bola alcança Monteiro na entrada da área, que de sem pulo e com o peito do pé direito manda a bola no ângulo de Cleilton. Um golaço, seja pela plasticidade do lance, seja pelo grau de dificuldade de se acertar a bola com tamanha qualidade.

Para o terceiro quarto o croata Pebarovic mexeu no time. Veríssimo saiu da lateral e compôs a zaga com Tonho na cabeça de área. Márcio e Damião entraram no meio e passaram a dar velocidade e movimentação. Assim, logo no começo Damião virou o jogo numa roubada de bola após a zaga da OAB sair errado. Os cinco minutos posteriores a este lance todos os amigos que freqüentam a ASTRA 21 e conhecem o time da OAB já imaginam o que aconteceu, bem como a quantidade de c*****os que foram ditos.

Porém, os mesmos Márcio e Damião sentiram estiramentos musculares, o que já havia acontecido com Augusto Superior no 1ª tempo. A ausência de três jogadores de características de velocidade alterou a dinâmica do jogo quando o Confiança poderia crescer. A OAB passou a envolver. Robério, Siro, Aldo, Marcelo Leão, Neffer, Lilo, Gugu, cada um foi buscar força e gás até onde não tinham mais. Até Geraldo deixou de reclamar e se concentrou no jogo.

A partida ficou ríspida. Algumas entradas mais fortes e pesadas, até desnecessárias de ambos os times. Mas credito ao calor da partida.

Quando a OAB passou a jogar mais em cima encurralando o adversário, conseguiram o empate num escanteio. A bola estaria na mão de Vinícius - indiscutivelmente o destaque do jogo pelas defesas monumentais -, mas um toque cabeça da zaga alterou a trajetória e a bola caiu no pé do adversário que somente empurrou para dentro.

Um 2x2 justo que deixa a liderança do campeonato aberto podendo ser alcançado por qualquer das quatro equipes que hoje seriam os semifinalistas.

Bohemia x TJ fecharam a rodada. Cada um com um empate e uma derrota no curriculum. Seria o jogo da redenção e a possível arrancada para a classificação. Os boêmios se reforçaram e foram buscar duas novas peças para compor sua equipe. O TJ veio com sua equipe habitual, com as ausências do volante Jajá e do atacante Monch.

Enquanto se via um Bohemia ligado no jogo, com sua torcida incentivando os jogadores e vibrando em cada lance, em contraponto o TJ fazia um jogo lento, como se tivesse entrado em campo sonolento. Mesmo com Marcelo "Jobson" se mexendo bem, mais uma vez Marcos "Satanás" ficou devendo. Essa falta de rendimento parece que tem influenciado na equipe, que havia perdido na partida anterior para a SEA. Wildson correndo sozinho na frente, Guilherme à "meia boca", tudo concorria para uma apresentação apática dos colegas do TJ.

O Bohemia abriu 3x0 no primeiro tempo e na parte final só fez administrar. O centroavante genérico Paraguai já havia deixado dois gols no 1º tempo, Robinson que abriu o placar também fechou e Genildo, criado em Patané correndo atrás de siri na ilha do Flamengo também deixou o seu. Com o 5x0 os boêmios relaxaram, o que fez com que o Tenente Cipriano e Fernando "Josimar" descontassem a favor do TJ.

Encerradas as três primeiras rodadas começam a surgir as tendências quanto às classificações. SEA, Confiança, Meia Boca, OAB e Bohemia seguem na frente brigando por quatro vagas. O TJ, após duas derrotas e um empate se obriga a não perder mais para ninguém e vencer pelo menos três dos quatro jogos restantes. Real e Piratas poderão aprontar proporcionando tropeços aos seus adversários.

Sábado tem Real Natal x TJ e Confiança x Piratas.

·         Coluna do Kolluna FC

1)      A partir do próximo sábado começará a valer obrigatoriedade da substituição pela marcação central de campo. Lançaremos um Ato Administrativo para oficializar esta determinação. A não observância implicará em aplicação de cartão amarelo ao atleta infrator;

2)      A OAB reforçada por alguns colegas do TRT e TRE participou de 02 a 05.04 do Campeonato Panamericano de Advogados, realizado no Chile, trazendo na bagagem o troféu de 5º lugar e vários machucados decorrentes das verdadeiras batalhas campais em terras andinas. Tales e Cleilton foram algumas das vítimas e mostraram as cicatrizes. Além deles dois, Marcelo Leão, Geraldo, Marcelo "Patinha", Carlos "Bago", Gugu e Márcio "Mossoró", além de Scala como técnico, representaram o nosso campeonato nos Andes;

3)      Além das três contusões musculares de Augusto Superior, Márcio e Damião do Confiança, Ivanildo (TJ) também saiu sentindo o mesmo problema. Campo pesado ou o peso da idade???;

4)      O ministro Paulo Eduardo substituiu o professor Andrey no jogo de sábado;

5)      Veríssimo de um lado e Robério de outro. Um show a parte nas equipes do Confiança e da OAB. Um duelo. No fim do jogo o cumprimento de ambos como atletas, como deve ser sempre;

6)      Não se pode esquecer as participações decisivas de Cleilton (OAB) e Vinícius (Confiança). Decisivos. Frieza, elasticidade, boa colocação, arrojo, sorte e tudo o que um excelente goleiro deve ter;

7)      Bohemia x Confiança (07.03); OAB x TJ (07.03); Confiança x Meia Boca (14.03); SEA x TJ (21.03); Piratas x SEA (28.03); Confiança x OAB (11.04). Seis jogos que fizeram Charles Elliont correr mais do que em 16 anos de campeonato;

8)      O tanque Capistrano fez sua reestréia no Confiança e alertou que estava só 50%. 50% o quê??? Pela justeza do uniforme percebeu-se que estava 50% mais gordo;

9)      O ministro Paulo Eduardo começou o jogo com Siro "paz e amor" no banco. Barração ou arma secreta? 

10)  Depois de assistir a violenta pelada entre Flamengo x Vasco cada vez mais estou convencido da qualidade de nosso campeonato. Que saudades de um tempo em que de um lado tinha Zico, Júnior e Bebeto e do outro Roberto, Romário e Geovani.          

Após o encerramento da 3ª rodada, veja como ficou o campeonato.

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