CONFIANÇA E MEIA BOCA REEDITAM A FINAL DO PRIMEIRO TURNO DE 2014

Dia de céu azul a combinar com as camisas do Confiança, que veio para o jogo com 15 de seus 16 jogadores inscritos.



O calendário torturou. O feriado de Corpus Christi obrigou o adiamento dos jogos que decidiram os finalistas do primeiro turno. Quinze dias entre o fim da fase preliminar e as semifinais é sinônimo de ansiedade. Se a bola não rola no campo da ASTRA 21 alguns dos boleiros assíduos são acometidos de crises de abstinência.

Enfim.  O campo pronto parecendo um tapete. As equipes na expectativa de fazerem grandes jogos e conseguirem o passaporte para a final do primeiro turno no campeonato mais disputado dos últimos tempos. Confiança x SEA e Meia Boca x Bohemia. Eles foram os donos do espetáculo.

Dia de céu azul a combinar com as camisas do Confiança, que veio para o jogo com 15 de seus 16 jogadores inscritos.  Olhava-se para cada integrante do Camilo's Team e se via aquele olhar de predador.  A SEA outra vez desfalcada. Como tem sido ao longo das últimas rodadas.  Dez jogadores a compor o escrete. Nesse ponto o Confiança já iniciou a partida com vantagem.

De um lado, orientando o Confiança, Genildo Pebarovic, o croata naturalizado potiguar, campeoníssimo, experiente, conhecedor dos caminhos que levam a vitória. Do outro lado, ninguém. A SEA outra vez sozinha, sem um orientador. Outro ponto para o Confiança.

Mas a SEA é a SEA. "A Poderosa", como esse escriba costuma chamar. Já assistimos a SEA ressuscitar, como um Phoenix, para encantar o futebol na ASTRA 21. Aliás, Phoenix ou Fênix, foi o nome do time que deu origem a SEA lá no início da história do campeonato.

Iniciada a partida eram oito leões de cada lado. A SEA toma a iniciativa do jogo e logo aos 1' Márcio comete pênalti em cima de Helinho, por ele mesmo cobrado. Gol da SEA colocando pólvora na fogueira de Santo Antônio.  O Confiança sentiu o baque. Os passes errados irritavam os jogadores.

A SEA é estranha na sua formação. Yonaldo de lateral? Marcelo Patinha no banco?  Higor que tá treinando atletismo, vôlei, natação, tiro, pesca submarina, montanhismo, paraquedismo, hóquei e outros esportes menos conhecidos, tudo isso na semana para recuperar a forma e participar da olimpíada em Goiânia, mostrou o resultado dos treinos e corria mais que Helinho e Bago juntos.  

Pebarovic era misto de impaciência e ansiedade. Conhece os seus atletas. Percebe que no momento certo o gol chegaria.

E veio. William evitou um ataque pelo lado esquerdo do gol da piscina, dominou a bola de forma tranquila, mas achou de sair bonito na frente de Denilson e Márcio. Bola perdida e cruzada na área para o complemento de Monteiro. Mais lenha na fogueira em homenagem a Santo Antônio. Porteira aberta e reclamações idem entre alguns membros da SEA. Perderam o foco. E os azuis se aproveitaram. Denilson de fora da área e Damião em duas jogadas individuais marcaram em seguida. Patinha, em excelente sem pulo, decretaram o placar do primeiro tempo.  Um 4x2 que deixava o jogo ainda aberto para o segundo tempo.

Mas o dia era de Damião. Pequenino no tamanho e um futebol de gente grande. Um jogador operário. Que joga para a equipe. Aliás, esse tem sido o enredo do Confiança. Um futebol solidário. Os gols vieram naturalmente. Denilson deixou o seu segundo, Veríssimo fez sem querer, Augusto numa triangulação e passes rápidos no ataque também deixou o seu, e, pasmem, Camilo também tirou o dedo em um chutaço da intermediária. Higor, em recompensa pelo seu extremado esforço, fez o último gol da SEA.

Placar nos moldes de uma final de Copa do Mundo. Confiança 8x3 SEA. Confiança cheio de confiança em sua terceira final consecutiva em dois anos de vida.

Meia Boca x Bohemia entraram pontualmente em campo às 9h. Se no primeiro jogo o azul do Confiança combinava com o céu, o MB veio de amarelo-sol a iluminar os seus caminhos. Jogo curioso.  A diferença de faixa etária é visível. O MB tem média bem menor. Mas os boêmios são jogueiros e elevaram o nível da partida. De igual para igual. Correria de ambos os lados. Marcação pesada. Alguns lances mais duros, que fazem parte de uma partida de futebol. Várias reclamações com o nosso Pink Phanter que não marcava faltas. Parece que vocês não conhecem Charles. Quanto mais você reclama, menos ele lhe atende. Dezesseis anos de campeonato e ainda tem nego que é juvenil no meio dessa pelezada? 

Vimos jogadas viris. Reclamações exageradas. Faltas simuladas. Outras existentes, mas não marcadas. A mesa constatou tudo isso. Mas posso dizer, para um ou outro que ainda esteja com alguma marca nas canelas de uma porrada recebida, que não vimos, em nenhum lance, maldade ou intenção explícita de machucar.  Os dois times foram guerreiros, como uma final de campeonato do nosso nível deve ser. 

O MB não se encontrava no jogo.  As várias formações providenciadas por Helder, seu treinador fora de campo, não surtiram resultado. Muita transpiração e pouca inspiração. Já Magalhães, orientando os boêmios, rodava o time, oxigenando a equipe, evitando o desgaste.

O Bohemia sentiu falta de William, seu centroavante que cumpria suspensão automática. Semifinal daquele porte tem de ter jogador "brigão", voluntarioso, que incomode o adversário na busca pela bola perdida. Nesse ponto o MB se deu bem, pois Muniz é muito clássico, sem a mesma mobilidade de William, e isso facilitou a marcação.

E num jogo tão igual, o detalhe faz a diferença. Tentativa de contraataque do Bohemia e o lance foi interceptado por Marcelo "Piu", xerife à frente da zaga do MB. Na tentativa de se livrar do perigo, deu uma bicuda para frente. A bola saiu rasteirinha e foi morrer no fundo das redes do gordinho Richarlisson, que no mesmo instante pediu desculpas ao seu time. Um gol sem querer, mas que tranquilizava temporariamente, pois com a vantagem do empate pelo MB o Bohemia teria de fazer dois para se classificar.

Pimenta mandou dois balaços aos 22' e aos 24', todos muito bem interceptados por Patrício "Ceni", em grande fase. Patrício ainda saiu nos pés de Wilde, aos 28', abafando o ataque boêmio.

No segundo tempo o MB veio com Bruno e Pedro Wanderley no ataque e Weberton de zagueiro. Aos 4' Bruno saiu para entrar Dirceu. Interrogação. Talvez um novo esquema treinado na semana? O Bohemia assumiu o campo do MB numa blitz. Campos, com a elegância que lhe é peculiar, dominava a zaga do Bohemia. Como ninguém entrava na área de ninguém, pegue chute de fora. O BOH mudou de goleiro. Outro gordinho assumiu. Sendo que esse se aventurava ao ataque e chutava forte. Robinson livrou-se bem da marcação e cruzou rasteiro. Paraguai, o legítimo, chegou de carrinho, mas a bola subiu.

Cruzamento da esquerda e Pedro Wanderley se antecipou à zaga e testou para baixo. O novo gordinho - depois reconhecido como Geléia - milagrou. Daniel, de futebol vistoso e produtivo e que estava esquecido no jogo, mandou no travessão num sem-pulo.

Era o desespero dos boêmios atrás do seu gol de empate e o da virada. E a manha do Meia Boca tentando cozinhar o galo. O Bohemia abandonou a zaga. Campos foi para o banco. Não havia mais defesa. Só atacantes no time. Contraataque do MB e a bola chega aos pés de Scala. Esperança de um lance perfeito e a consolidação da vitória. Geléia se esparrama nos pés do craque e pegajosamente intercepta o gol.  O tempo corre e ninguém percebe. Os jogadores em campo dão o último gás, o último suor, a última entrega.

Bola nos pés de Curinga na área adversária. E a tranquilidade para fazer que passaria para um companheiro, mas com a ginga dos jogueiros, mandou por elevação para o fundo das redes. Apito final de Charles. Meia Boca na final.

Que o azul e amarelo dos times seja como um belo dia de céu azul de sol brilhante a festejar o fim do primeiro turno, no próximo sábado.  Não percam. Quem gosta de um bom futebol, bem jogado e sem violência, tem de estar presente na sede da ASTRA 21. Garantia de um excelente espetáculo.     

COLUNA DO KOLLUNA F.C.

 

1) A presença de público para assistir aos jogos do nosso campeonato de futebol continua surpreendente. Teve quem passou a noite toda no São João da ASTRA e amanheceu o dia na arquibancada para ver as semifinais. E ainda esticou depois tomando uma gelada para relaxar;

2) Rodada sem jogo da OAB. Clima pacífico, pacato, sossegado. Silêncio nas arquibancadas. Nenhum c***lh*, fdp ou pqp. Uma missa;

3) Bonito de ver o duelo entre William e Denlson no primeiro jogo. Marcação pressão;

4) O critério para ser goleiro do Bohemia é excesso de camada adiposa. Richarlisson e agora "Geléia". Gordinhos ágeis e que botam muito magrinho no bolso;

5) Gil (Confiança) tentou livrar a bola da sua  área e foi sutilmente tocado por "Messi" (SEA). Porém, seu grito e sua queda lembraram toda a dramaticidade presentes nas novelas mexicanas;

6) A coluna do Kolluna FC já é sabedor de contratações bombásticas para o segundo turno. Tudo em nome do reforço para uma melhor participação no segundo semestre;

7) Pegado, ex-OAB e ex-Real Natal já acertou com os Piratas. É só o que podemos revelar até agora; 

8) O regulamento do campeonato foi divulgado antes do seu início. Aceito e assinado pelo representante de cada equipe. 

 

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