FAVORITOS TROPEÇAM E A OAB AGRADECE

AMARN/AMATRA x TCE protagonizaram, sem nenhuma sombra de dúvida, a melhor partida do campeonato até agora. Confira....



Momento em que Gil fechou o patrocínio do abadá da Justiça Federal

Talvez seja uma pretensão do escriba já na terceira rodada e ainda no primeiro mês de um campeonato de jogos até novembro indicar um ou outro time como favorito, pois a construção dessa ideia deve ser formada ao longo de um torneio longevo. Se não favoritos ao título, penso que, pelo que haviam feito nas duas primeiras rodadas, o histórico da AMARN/AMATRA e do Real Natal lhes garantiam certo favoritismo sobre TCE e Justiça Federal na rodada. Era só ver a presença de cada uma das equipes na tabela.

Pois bem. É por esses mistérios que o futebol apaixona.

AMARN/AMATRA x TCE protagonizaram, sem nenhuma sombra de dúvida, a melhor partida do campeonato até agora. E olha que alguns jogos foram muito bons, como SEA x TCE e SEA x Real Natal. Mas a disposição das duas equipes e a velocidade do jogo impressionou positivamente.

Com cinco minutos de jogo os juízes já perdiam as contas de quanto estavam perdendo para a Corte de Contas. Como uma blitzkrieg, a tática alemã de guerra relâmpago com ataques rápidos e de surpresa sem dar tempo ao inimigo se organizar, o TCE abriu 3x0, placar que se sabe, é difícil de reverter. E foi assim durante todo o primeiro quarto.

No segundo quarto, depois de encontrarem um treinador severo que lhes puxou às orelhas, os juízes tentaram "entrar em campo", mas a ansiedade atrapalhou. O treinador renovou a tática do jogo anterior ao inverter Manoel Medeiros, jogando-o como referência na área adversária, mas aí começou a aparecer a figura de Ilueny, crescendo nos pés do adversário ou se esticando para fazer uma defesa quase impossível.

O TCE, que eu vi jogar pela primeira vez, tinha em sua melhor peça o Sidinaldo, o "Bolt", o puxador de contra-ataques. Só que o cara não tem só velocidade. Ele dribla bem e chuta como poucos. Marcel faz bem o pivô no ataque e todos os demais tem intimidade com a bola. As equipes, com mais de um time do lado de fora, provocaram uma partida de grande velocidade, com a constante troca de jogadores. Um abafa de Ilu (vamos chamar o cara assim, sem maiores intimidades) nos pés de Manoel e uma meia bicicleta de Klaus foram os melhores momentos do primeiro tempo, fora os gols adversários, é claro.

No segundo tempo o ritmo forte continuou e os caras da AA (e não do AA) jogaram inteiramente no campo adversário, e mais uma vez "São Ilu" operou milagres. Vladimir, que já havia decidido o jogo contra os Piratas, marcou duas vezes e iniciou o que parecia ser uma reação. Mas "Sid Bolt" assinou um golaço ao dar um balãozinho em Cleanto e puxar o contra-ataque ao encontro do "Tigre", que ainda tentou, felinamente, evitar o quinto gol, mas teve que buscar a bola no fundo de sua jaula.

Um jogão. Nem se a AMARN/AMATRA jogasse o dia inteiro, não venceria o jogo. Há jogos que é assim. Mérito do TCE que beliscou sua primeira e histórica vitória no tapete onde se joga o melhor futebol do Estado.

Aí chega a hora da segunda partida. As duas equipes de azul, lembrando aquela primeira frase da música de Lulu Santos (Tudo Azul...). A segunda frase - da música - não é compatível com equipes que têm em Max, "o primeiro" e Gil, os seus ilustres comandantes. Música e futebol. A cultura presente na resenha mais lida entre todas as resenhas dos campeonatos de futebol dos órgãos da Justiça do RN, mesmo que seja a única.

Vamos ao jogo que é o que interessa. A Justiça Federal estreando seu uniforme/abadá novo, patrocínio de Gil e os "Doces Bárbaros". Nada de se estranhar que o abadá foi estreado na terceira rodada, afinal, patrocínio de baianos né???

O jogo não teve a mesma velocidade do anterior, mas foi pegado desde o início. Algumas chances criadas tinham o gol evitado por Rodolfo (JF) e Tiago (RN). Até que Rodrigo, num chute rasteiro de fora de área, encontrou o gol adversário, abrindo o placar. O segundo saiu de uma jogada ensaiada do Real. Rodrigo, mais uma vez, cobrou o corner rasteiro na área e recebeu de volta, batendo cruzado com goleiro do Real aceitando. Com o 2x0 nas costas os colegas da JF acordaram e colocaram Gil em campo para decidir a parada. Entrou e saiu quase que no mesmo minuto solicitando o médico e balão de oxigênio.
No segundo tempo o jogo continuou bom. Divididas viris, mas não desleais, mostraram a qualidade das bolas compradas pela ASTRA 21. Moadson descontou para a JF e botou fogo no jogo. Então Tulio, que fazia do meio de campo um sarau filosófico com Gustavo, incorporou o general pretoriano (a resenha dá a patente que quiser) e quase quebra Marx, "o outro", ao meio. Cartão amarelo e falta na entrada da área... advinha quem vai bater, já dizia aquela outra musiquinha, de Maria Alcina (só os que tem cinquenta vão entender).  Netinho, o nosso pé de anjo, meteu no ângulo superior esquerdo de Rodolfo, e a bola ainda bateu no travessão para dar mais beleza plástica ao lance. Placar de 3x1, o que seria cômodo para os galácticos da ASTRA 21.

Seria, é um condicional. A JF acordou. Fez 3x2 e gostou do jogo. No último quarto o time do Real Natal perdeu a bola em três oportunidades e aceitou três contraataques implacáveis. Três gols parecidos e uma virada fantástica que embolou o campeonato e mostrou que, ao fim de três rodadas, ninguém escapou a ponto de pré garantir uma vaga nas semifinais.

O campeonato dá uma parada na Semana Santa e retorna daqui a 15 dias, com SEA x JF e Real Natal x TJ, jogos em que possíveis vitórias poderão encaminhar a classificação.

 

Coluna do Kolluna

1) O padrão de organização da ASTRA 21 se superou. Mesmo com o atraso da organização que chegou à sede às 7h30min e terá seu jeton descontado proporcionamente, as equipes da AMARN/AMATRA e do TCE já estavam a postos em campo. Providência dos capitães Michael e Diego e do árbitro Bruno Palhares. Jogos iniciados na hora, e encerrada a rodada às 10h;

2) Em se falar em atraso, os jogadores das equipes combinaram entre si que só podem se machucar a partir do segundo quarto. É só quando chega o Dr Lukas. Pai de pouco, noites em claro, a energia de sobra do rebento nas madrugadas têm comprometido a pontualidade do nosso salva vidas;

3) O treinador da JF, Pachecuzinho, assim como o seu quase homônimo, não aguentou a pressão com a falta de resultados e recebeu às contas. Coincidência, ou não, a JF venceu;

4) No primeiro gol do TCE contra a AMARN/AMATRA, Marcel acertou o ângulo superior do goleiro Guilherme e a bola ficou presa na forquilha, "lá onde a coruja dorme", como alguns radialistas costumam dizer. A resenha foi atrás da origem da expressão: o fotógrafo esportivo Domício Pinheiro, ainda nos anos 70, percebeu que em um jogo noturno no Pacaembu uma coruja pousou no canto superior de uma das traves. 5) Com a sensibilidade dos geniais, foi lá e fez um preto e branco da coruja no lugar inusitado e depois espantou o pássaro para que ninguém fizesse outro click. No outro dia, estava estampado nos jornais, e quando os jogadores acertavam o ângulo os narradores paulistas começaram a dizer a expressão, que ganhou todo o Brasil;

5) Derocy, com a vitória parcial dos galácticos, assumiu a zaga e a catimba com a autoridade de quem é uma das lendas do salonismo potiguar dos anos 80 e com 19 anos de estrada na ASTRA 21. Reclamou que a bola estava murcha, depois que estava cheia, pediu cartão amarelo e vermelho para o adversário em qualquer falta, retirou a chuteira do atacante com aquele pisão matreiro mordendo o calcanhar. De nada adiantou. A virada foi impressionante;

6) Vladimir, o artilheiro da AA, passou pela mesa e viu que a súmula tinha anotado um de seus gols para Buca. Apresentou o recurso sumário e fez a sustentação oral. A mesa, que não tinha visto o lance do gol, não consultou o árbitro ao fim do jogo para dirimir a dúvida. Tentou contactá-lo via grahambelliana, sem sucesso. Assim, como a resenha e a atualização da tábua de artilharia tinha que estar pronta, com base na recentíssima jurisprudência emanada do STF, uma vez que o cidadão não pode ser penalizado pelo atraso do Estado/organização do campeonato, sendo a lei de validade para todos, foi dado provimento ao recurso. Passe de Lula. Golaço de Vladimir;

7) Quando Manoel Medeiros foi deslocado para a área adversária para servir como um centroavante, o TCE colou Formiga como marcador. Revelou-se uma formiga operária, responsável pela segurança e limpeza do formigueiro (no caso, da área). Lembrei de um slogan de um prefeito de Natal nos anos 80: "FORMIGA TRABALHA!!!

8) Márcio Mossoró, Netinho Goianinha e Netinho Caicó. Referências do interior e nomes de craques de nosso campeonato;

9) Há muito tempo não tinha se via um jogador entrar no campo da ASTRA 21 todo ensacado, camisa dentro do calção e meiões levantados, como era norma no passado. Praxedes (JF) estreava e sua elegância nos trajes, não obstante o ligeiro arreamento adiposo visceral, chamou a atenção de Elacir, nosso guru e torcedor assíduo. Aí um gaiato da arquibancada (sempre tem um), exclamou: parece um dindim!!!!!

10) O moto-rádio das partidas de sábado vão para Sidinaldo (TCE) e Leandro (JF).

 

Confira como ficou a classificação, artilharia e cartões após a 3ª Rodada, acessando AQUI




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