SEA E OAB EMPATAM. JURIS PERDE PARA O TJ E DÁ ADEUS



Dia desses fiz a resenha baseada em algumas letras da Banda Blitz que voltou a Natal após muito tempo. Neste fim de semana a cidade recebeu o 14 BIS, belíssima banda de pop, MPB e rock progressivo nascida em Minas Gerais e apadrinhada pelo Clube da Esquina. O mesmo 14 BIS que alguns de nós tivemos a oportunidade de assistir numa sessão especial na abertura da Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho, em Brasília/2006.

Vamos ver se dá para fazer o mesmo com trechos das letras e títulos das músicas, “Mesmo de Brincadeira”.

Depois da lástima que foi a experiência dos goleiros da semana passada em ter de se agarrar com as bolas de Gibeon, a ASTRA 21 providenciou não “Bola de Meia, Bola de Gude”, mas bolas novas da penalty compatíveis com o futebol de cada um de vocês, eternos craques que desfilam suas propriedades a cada “Nova Manhã” nos fins de semana. É bem verdade que o campeonato de minifutebol da ASTRA 21 já foi chamada de copa do mundo particular por alguns. Eu diria que é um “Planeta Sonho”, que se descortina a cada sábado ansiosamente esperado por uma maioria que já não dispõe de sua “Linda Juventude”, mas que acredita “Mais Uma Vez”, que a essência está como na letra de “Canção da América”, ou seja, “... pois seja o que vier, venha o que vier”, procurando estar lá sede da ASTRA 21 de qualquer forma, “mesmo que o tempo e a distância digam não”.

É bem verdade que alguns momentos, dependendo do clima de jogo, somos “doce ou atroz, manso ou feroz”, como “Caçador de Mim” ou “Perdido em Abbey Road” quando já não temos mais chances de classificação e cantarolamos “... onde está o caminho/que me leve de volta/onde é que eu vim parar?”   

O campeonato de mini-futebol da ASTRA 21 é assim: apaixona, atrai, prende, emociona, irrita, satisfaz. Tantos que tentaram sair voltaram dias ou meses depois com aquela desculpa de “...quando dei por mim/nem tentei fugir/do visgo que me prendeu”.   

Enfim, ultrapassada a metade do segundo turno ainda temos 06 equipes “Sonhando com o Futuro”. As outras 02 ficaram no caminho depois de levarem “Bailes da Vida”.

(...)

Os jogos que completaram a quarta rodada não ficaram nada a dever aos da semana passada. Dois jogos e emoções distintas. Bom espetáculo de futebol proporcionado por SEA x OAB e TJ x JURIS.

As duas primeiras equipes homenagearam a Banda 14 BIS e chegaram para jogar no visual “Todo azul do mar”. Uniformes quase semelhantes em tom azul. A OAB, então, se dispôs a atuar com um uniforme neutro com o símbolo do Fluminense. Camisa não ganha jogo.

No primeiro tempo só deu SEA na cabeça do início ao fim. Primeiro ataque. Escanteio cobrado fechado e Jussier, aventurando-se de centroavante, antecipou-se a Cleilton e cabeceou para o chão, certeiro, e o bom goleiro tirou no reflexo. No último lance da primeira etapa, Serjão mergulhou na área, testou para o gol e Cleilton, milagrosamente, tirou com a ponta dos dedos. Entre essas duas jogadas só deu SEA, com a OAB sentindo o peso morto do escudo que eventualmente carregava no peito. O gol saiu com o canhoto Arthur batendo de direita da entrada da área, num chute seco em cima do goleiro que, desta feita, não teve reflexo para impedir o sucesso da SEA.

Na segunda etapa a SEA cansou de perder gols, a exemplo do primeiro tempo. A zaga da OAB impedia os avanços com chutões protagonizados pelo seu comandante, presidente, conselheiro, líder, chefe, condutor, guru Paulo Eduardo, com sua contagiante calma de Dalai Lama. Na ausência do líder – que só saiu depois de muita insistência do treinador -, um substituto à altura: o negão Eduardo e todo espírito de luta a lá Junior Baiano.

Mas foi essa luta que coroou a OAB. Siro, incansável, já no fim do jogo achou o placar e deixou tudo igual, mantendo as esperanças da OAB na classificação. A SEA tropeça outra vez e vê a classificação se distanciar.

No jogo de fundo de um lado o desespero do JURIS precisando vencer para ter ainda alguma esperança. Do outro o TJ ainda vislumbrando um lugar ao sol entre os semifinalistas.

Difícil até de escrever e descrever o jogo, afinal, é a ótica de quem estava lá dentro jogando e pode ser bem diferente de quem assistiu.

O JURIS tentou. Jogou como ainda não tinha jogado este ano. Foi superior em todos os quatro tempos. Teve maior posse de bola. Criou inúmeras oportunidades. Bolas na trave. Outras defendidas com astúcia pelo goleiro do TJ. O JURIS pecou nas conclusões. A bola não entrou. Impaciência, ansiedade, nervosismo, pressão, ausência de alguns jogadores obrigando a que outros se doem além do normal. Todos esses ingredientes postos num caldeirão e sob a fumaça negra que cobriu o time após a fase preliminar do primeiro turno.

O TJ também beliscou. Foi lá algumas vezes com perigo, embora nunca tão próximo do gol como o JURIS chegou. E o tempo nesse momento passa mais rápido. E quando a bola não entra a cabeça esquenta. Já não se consegue controlar emoções.

O time que só tinha 2 no banco perdeu Kolberg com estiramento na coxa. Depois perdeu Wildson, expulso. Com um a menos em campo e a necessidade de vencer o time obrigou-se a abrir espaços. Fatal se o adversário souber aproveitar os contraataques. E o TJ assim fez. Num lance rápido a bola chegou na entrada da área nos pés de Marcão que bateu atravessado. A bola, caprichosa, ainda beijou o poste direito de Vinícius antes de morrer no fundo do gol.

Vitória do TJ que segue na luta para se classificar para as semifinais do segundo turno. Mais uma derrota – a terceira no turno – que praticamente elimina o JURIS.

Uma ducha de água fria num time que nasceu para ser campeão, mas o destino não quis. Um time com muita gente boa na “profissão” e que buscou o caminho que vai dar no sol, mas que agora só tem consigo as lembranças do que eram. A história do JURIS teve roupa encharcada e alma repleta de chão. O time foi onde o povo está, senão na boleia do caminhão, mas num microônibus que custou 05 horas de pé na estrada a caminho de Mossoró, em 2011. Sem mais esperanças, o JURIS se desfaz, mas não se cansa de viver, nem de cantar. Foi assim.   



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