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Dia de luz, festa de sol e a bola a deslizar no melhor campo do Rio Grande do Norte, onde só não joga quem não sabe. Tudo foi preparado para a final do reencontro, do renascer, do reviver após a paralisação de ano e meio por conta da pandemia.

Se a ASTRA 21 fez a sua parte dando todas as condições para que os times apresentassem seu futebol, podemos dizer que as equipes também corresponderam e proporcionaram um campeonato de alto nível, coroado com uma final eletrizante e que foi decidida somente na cobrança de penalidades, após 70 (setenta) minutos de futebol bem jogado.

As equipes entraram em campo assim: A SEA/REAL com Kelison (o filho de Keli); Tatuta, Fantico e Jariedson, Thiago, Bruno Motta e Marcel. O Meia Boca Jrs com Thiago; Jean, Jader e Weberton, Valença, Vicente e Jeremias. No apito: Leandro Barchz.

O jogo foi estudado nos primeiros minutos. Mas, o placar foi desvirginado ainda no primeiro quarto com Marcel, abrindo o placar para a SEA/REAL em cruzamento de Tatuta quando eram decorridos 12 minutos em cima da pinta. Valença, numa cobrança de falta ensaiada, terminou de descabaçar o placar e empatou em 1x1.

No segundo quarto, as equipes passaram a revezar os seus atletas por conta do forte calor, sendo esse o período do jogo de menor emoção, limitado a uma boa oportunidade de Pedro "Cebola" e sua peculiar categoria, mas quis fazer gol de placa e a bola pune.

O terceiro quarto foi o ponto alto do jogo. Antes mesmo de o ponteiro completar a primeira volta, Daniel recebeu pela direita na intermediária adversária, ficou uma semana parado, olhando, pensando no que fazer, enquanto Fantico assistia de camarote e não deu o bote. Daí, o baianinho que é gente boa, mas não dá mole pra ninguém, como diz certo narrador, colocou toda raiva que estava do seu time, o Vitória, prestes a cair para a Serie C, e encheu o pé, dançando o Vira-Vira de Roberto Leal e fazendo 1x2.

A SEA/REAL sentiu o baque e não conseguia levar perigo ao gol adversário. Jeremias teve o gol escancarado para matar o jogo, mas seu toque foi fraco fazendo a bola beijar na base da trave, timidamente, feito freira que descobre o primeiro beijo.

A partir daí nasceu o nome do jogo: Ruan, que até então sempre jogou no meio. De repente, estava debaixo da trave para completar um chute forte de Tatuta e botar números iguais no placar novamente: 2x2. Eram 40 minutos de jogo. Mais dois minutos e o mesmo Ruan recebeu a cobrança de um lateral de costas para o seu marcador, deixou a bola passar em direção ao meio e fez a virada, rasteirinha, no contrapé do goleiro Thiago. Dessa vez, o Vira Vira dançado foi o clássico dos Secos e Molhados, em homenagem ao grande Ney Matogrosso que se apresentou em Natal na noite anterior: 3x2.

No último quarto, quando as coisas se definem, nada estava definido. As duas equipes jogaram sério atrás de seu objetivo. O MBJrs querendo levar o jogo para a prorrogação, enquanto que a SEA/REAL fechava o ferrolho. Ainda assim, Tatuta ligou o turbo num contra-ataque e fuzilou para o gol, tendo a bola batido no travessão e beijado a linha de gol. Até que, naquele que parecia ser o último lance do jogo, o MBJrs jogou a bola na área e Vicente, faro de gol e artilheiro, se antecipou e raspou de cabeça, deslocando a trajetória da bola e empatando, mais uma vez, o jogão. Requintes de crueldade e um banho de água fria na SEA/REAL.

Nenhuma maior lembrança do que aconteceu na prorrogação, senão Marx prendendo a bola como sempre faz e desperdiçando dois contra-ataques. Comum, nada demais, nenhuma novidade.

Nos penais, os quatro primeiros foram convertidos com Vicente e Valença (MBJrs) e Thiago e Bruno Motta (S/R). Chegou a vez do manager Weberton (MBJrs), que chutou no corpo do goleiro. Tatuta (S/R) foi o responsável pela última cobrança e encheu o pé, decretando o fim do campeonato, com o título para a SEA/REAL.  

Coluna do Kolluna

1 - Iniciar agradecendo a Deus por estarmos aqui para contar essa história e podermos, todos, voltar a movimentar a nossa ASTRA 21 aos sábados, fazendo a nossa "Copa do Mundo";

2 - Agradecer a todo mundo que participou dessa 21ª edição do nosso campeonato, em especial aos representantes das equipes que levam a sério o ofício de fazer com que os times estejam lá para cumprir as rodadas, quando a gente sabe como é difícil. Vocês são parceiros!;

3 - Agradecer a ASTRA 21 em nome de Marcelo Lira, nosso presidente reeleito na última quinta-feira, que não mediu esforços para dar aos participantes do campeonato todo conforto, estendendo a cobertura do segundo lance de arquibancadas e outras tantas coisas que não cabe aqui relacionar;

4 - Agradecer ao mesmo Marcelo e a Max Campos (presidente e vice-presidente da ASTRA) e membros da Comissão Organizadora, por toda parceria. A Gilson, que junto comigo, é quem faz o dia a dia do campeonato;

5 - Agradecer ao Irmão José Carlos, que é irmão de todos nós, insubstituível e presente em todas as rodadas, sendo o maior elo entre as equipes e a mesa. Agradecer a Angelo e a Alexandre, responsáveis por deixar o campo impecável e correr atrás das bolas que Fantico e Luiz mandaram para o mato;

6 - Agradecimento especial a Charles Elliont. Depois de uma pandemia onde tudo estava parado, em que ficou um ano e meio sem atividade remunerada, se manteve fiel conosco e dividiu o apito com novos nomes como Robson Andrade e Leandro Barchz, mantendo o excelente nível de arbitragem;

7 - Algumas curiosidades observadas nessa última partida. Presença de Sidinaldo "Bolt" (TCE/SEA-REAL) e de Cezinha (Real Natal), dois cracaços de bola e de amizade que mostraram seu talento em temporadas passadas e foram prestigiar a final. Por outro lado, ninguém das demais equipes participantes. Ausência notada;

8 - O artilheiro da competição foi Vicente (Meia Boca Jrs), com 10 gols. Recebeu a medalha que leva o nome de Fernando "Badita", um dos maiores artilheiros da ASTRA 21. O melhor goleiro escolhido pela mesa e organização do campeonato ficou com Higor (Advogados), que ratifica a escolha de 2019. Recebeu a medalha que homenageou "Rubão" Procópio, uma lenda debaixo dos paus;

9 - Não teve escolha do melhor jogador do campeonato, mas o Bola Cheia ficou com Vicente (MBJrs). Já que escolhemos o Bola Cheia, fomos procurar um Bola Murcha do campeonato. Difícil escolha pelo alto nível dos jogadores, porém, como a resenha não deixa escapar nada, a Bola Murcha ficou com Carlos "Bago" (TRE), o maior artilheiro do campeonato da ASTRA 21 de todos os tempos, e que este ano não balançou o filó nenhuma vez; 

10 - Assistir o jogo ao lado de Fernando "Badita" e de "Rubão" Procópio é a verdadeira resenha;

11 - Marcel "Didi" Era assim que estava sendo chamado o avante da SEA/REAL no fim do jogo, após sua atitude de ir buscar a bola no fundo do gol, após o primeiro empate do jogo, e caminhar lentamente até o centro do campo, à semelhança do craque da Folha Seca, em 1958;

12 - No início do campeonato os jogadores reclamaram que o campo estava fofo e pediram que passassem o rolo. Para as semifinais reclamaram por novas bolas. Foram disponibilizadas duas bolas. Ganharam um rolo e duas bolas;

13 - Na ânsia de querer ser o artilheiro do campeonato, Tatuta botou a bola para dentro de seu próprio patrimônio no primeiro gol do MBJrs. Mas, o gol foi computado para Valença;

14 - No segundo quarto, além do lance do quase-gol que "Cebola" perdeu, de interessante mesmo só a falta cobrada por Fantico, que passou triscando no couro cabeludo de Vicente, levando alguns milhares de cabelos que começam a querer rarear no meia-atacante. Força na peruca, meu craque!!!;

15 - O repertório do zagueirão "Péricles" (MBJrs) se esgotou na semifinal. No jogo final, o show foi de Ruan;

16 - Aliás, a Kolluna sempre sacaneou com Ruan, tirando onda em lances bisonhos e brincando com o nome da afamada cadeia de restaurantes "Pobre Juan". Desta feita a resenha altera a brincadeira. Agora é o Super Ruan, o craque do jogo;

17 - Diga-se que o jogo teve um craque decisivo, mas o time da SEA/REAL foi operário. Trabalhou junto. Entrou com sangue no olho, pois sabia de suas limitações. A mesa destaca Anderson e Izael "Messi" pela entrega. Thiago pela constância e maturidade no jogo;

18 - Não há como deixar de fora das lembranças desse título às invenções de Gilson, "o Bruxo". Foi dele a ideia de colocar Ruan à frente e isso fez toda a diferença;

19 - Marx, Marx, Marx solta à bola, meu filho!!!!!!

20 - Como diria o filósofo Blanchur, "aquele que denuncia logo cedo o erro dos outros, esquece que o dia tem 24 horas".

21 - OBRIGADO A TODOS VOCÊS, PERDOEM ALGUM EXCESSO PORVENTURA COMETIDO, SEJA NA ASTRA 21, SEJA AQUI NESTE ESPAÇO. DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL E QUE 2022 POSSAMOS ESTAR JUNTOS OUTRA VEZ, COM ALEGRIA, PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE!!!!