GOLEIROS FAZEM A DIFERENÇA NA RODADA EM QUE O DESTAQUE FOI A NEW FISIO



Amigos boleiros,

A resenha desta semana está a cargo de Éber Nobre, colega que já ocupou este espaço inúmeras vezes, sempre com a maestria e a verve próprias.

A este titular só coube fazer a manchete, síntese do texto do escriba.

Comenta-se que corre um abaixo-assinado pelas equipes para a manutenção da fisio nas rodadas. A diretoria da ASTRA 21 não se manifesta. Mas que a idéia é boa, isso não há dúvida, assim como boa ... Bem, vamos à resenha.

 

“O sábado amanheceu meio nublado e, aparentemente, o sol castigaria menos os grisalhos ou as carecas de grande parte dos jogadores do nosso campeonato.

 

Algumas ausências foram sentidas por todos assim que os espectadores e jogadores adentravam a aprazível sede da Astra 21, pois os decibéis produzidos estavam bem abaixo da média histórica dos sábados com jogos. Faltaram Gibeon do Corta Luz, e Tales, o “Maravilha”. O primeiro, disseram por lá, pegou um descendente do bicho-de-pé que fora extirpado do pé de Capistrano, o “Brontossauro”. Ao mostrar para inúmeros colegas na sede do TRT-21, retirando o sapato do pé, as contusões sofridas desde o ano de 2004, que o leva a mancar freneticamente, Giba deu uma bobeira e o filhote do bicho-de-pé do Capistrano, que dividia espaço com o bicho-de-pé-pai, e por falta de espaço em sua residência pulara no chão do TRT, viu o pé-artilheiro dando bobeira e entrou, impossibilitando o deslocamento do mestre do corta-luz a Pium. O segundo, o Tales, disseram que foi fazer maravilhas em outras paragens, mas esta questão e a origem do codinome maravilha ficam para uma outra resenha.

 

Os 2 jogos realizados foram muito disputados e revelaram a máxima do filósofo-técnico-frasista neném-prancha: “o goleiro exerce uma função tão ingrata que onde ele pisa não nasce grama”.

 

 O primeiro jogo, ainda sob sol escondido, foi muito igual do início ao fim. Ficou comprovado que uma SEA preguiçosa tem plenas condições de perder para o antigo time dos Piratas e agora Priori. 

 

O primeiro tempo foi praticamente igual, com ligeira superioridade do Priori. O time estava mais equilibrado em campo. Tiãosinho Sessenta, gêmeo siamês do saudoso carnavalesco Joãosinho Trinta, marcava o único atacante da SEA, Paulo, implacavelmente.

Do lado de fora, na mesma toada da SEA, o técnico ZEN, Gilson “Mamu”, estava sentado na grama, descalço, abraçando os joelhos com a tranquilidade de um monge budista tibetano.

Dentro de campo, somente se ouviam os gritos de Netinho “Caicó” para ver se o time despertava para o jogo, mas a sonolência era a pedra de toque da SEA.

 

Floriano, o “Mão de Lã”, pois aplica injeções e vacinas na sede do TRT e ninguém sente quando começa nem quando termina, levava perigo constante à zaga do time do monge. Se a mão é de lã, o pé é de chumbo: o pequeno avante do Priori mandou 3 limões defendidos por Tatuta que levaram muito perigo à meta da SEA.

 

Era dia de estréias no Priori. Ed, o Mílson, bi-campeão por Mossoró, estreou na lateral esquerda e fez o feijão com arroz, sempre com a bola parada à frente com a cabeça levantada e inversão do jogo. Telêmaco, o “Tetéu”, estreou como centroavante e, sem ritmo, não apresentou uma atuação convincente.

 

Com a entrada de Caio, o “Peter Parker do Homem Aranha”, e do Dr. Fabio, o Priori incendiou o 2º quarto. Num excelente lançamento de Caio "Peter Parker" para Telêmaco, o Tetéu, este, se não estava num dia bom para o futebol, entrou para a história da ginástica artística. A bola veio no alto, ele a olhou e antes de a tocar, criou um novo tipo de salto ornamental, num estilo próprio do Diego Hipolyto:  duplo-rabo-twist-pro-alto-carpado: as pernas se entrelaçam, assim como Maguila contra Holyfield, o corpo vai pro chão, a bola passa sobre seu corpo, os omoplatas batem na grama, as nádegas se projetam para o céu, as pernas  ainda cruzadas passam sobre o corpo, o rabo vira  pra Meca e, como se nada tivesse acontecido, o corpo reaparece em pé e as feições do ginasta mostram-se apatetadas: tiro de meta pra o adversário. Após isto, do lado do gol do côco gelado (fonte maior para as resenhas), um engraçadinho batizou o salto de Tetéu-Jucá, assim como Dayane dos Santos deu o nome "dos Santos" para a sua criação.

 

Segundo tempo iniciado, jogo ainda muito parelho, oportunidades de lado a lado, Netinho gritando como nunca, Mamu meditando na grama, fim do terceiro quarto. Nos dez minutos finais a opção prioriana que decidiu o jogo: Bruno “Hulk Julião Rambo”, que até então atuara como goleiro e havia feito excelentes defesas foi deslocado para o ataque e Tetéu, o do salto ornamental, foi para o gol. Se por um lado o Priori aumentou consideravelmente o seu poder de fogo, por outro lado perdeu um goleiro improvisado que até então tinha se comportado muito bem. Em um chute despretensioso de Paulo, rasteiro, Tetéu tentou interceptar com o pé, mas como todo Tetéu fica com uma perninha levantada, a bola passou caprichosamente sob a patinha. Neném Prancha tinha razão. 1x0. Logo em seguida a SEA amplia o placar e deu números finais a um jogo que devia terminar empatado. Não houve culpados pela derrota do Priori com sabor amargo: todos tentaram colaborar.

 

O segundo jogo foi realizado já sob um sol proibitivo. É um clássico de muita rivalidade em que o antigo Real Natal quase sempre levava vantagem.  Presente, até porque uma figura como esta não poderia faltar, Paul “Rinus Roger Michels”. Levantaram a hipótese de o técnico estrategista estar ali para secar o New Real Natal. Ele, com fidalguia, rejeitou o título de secador e afirmou que ali estava para torcer pelo time dos seus ex-pupilos. E comportou-se como torcedor-treinador. Até sugestões de substituição o manager de codinome francês propôs. 

 

O New Real Natal fez um primeiro tempo primoroso. Fez um a zero com Lamas Neto, após um passe de Wellington, e dominou o primeiro quarto. No segundo quarto, numa bola cruzada, Riquelme foi fazer o corte e cabeceou contra a meta do seu time, o goleiro ainda espalmou a bola, mas Lindolfo chegou com muita disposição, dividiu com o goleiro e colocou a bola na rede. Machucou-se na jogada e necessitou de massagem. Apareceu em campo a fisioterapeuta de plantão. Os boleiros então se deram conta que havia uma mulher à disposição e pronta para o atendimento médico. A partir daí foi um verdadeiro cai-cai. Kuka solicitou atendimento 3 vezes e o engraçado é que com dor, mas sendo massageado, não parava de sorrir.

 

Após o empate e a massagem na região inferior-lombar de Lindolfo, o NRN manteve a tranquilidade e com Wellintgon fez o 2x1. Fim do primeiro tempo.

 

Começa a segunda etapa e o imponderável acontece. O goleiro, como no primeiro jogo, teve atuação decisiva, tornando verdadeira a assertiva de Neném Prancha. Podendo tranquilizar a jogada com um chutão para qualquer lado, foi devolver uma bola para o jogador do seu time que estava marcado. A OAB tomou a bola e empatou o jogo. Num apagão inexplicável de 5 minutos, a laranja mecânica do primeiro tempo transformou-se numa laranja manca e tomou mais 3 gols seguidos do time dos advogados.

 

5X2 e o desespero tomou conta dos madrilhenhos das dunas. Max, o “Dengo-dengo”, foi o único que guardou posição. Desta feita conseguiu jogar os dois tempos. Seguiu a receita caseira dada pelo Xerife Marcio da 6ª VT: durante a semana, diariamente, foram consumidos 10 ovos de codorna, 2 ovos de pata caipira, uma garrafa de Malzbier, 200 gramas de pó de chifre de rinoceronte misturado com picado de barbatana de tubarão. “Dengo-dengo” correu os 2 tempos, após o jogo correu 10 km na Petra Kelly nos fundos do Salesiano e, no mesmo dia, segundo informações obtidas, ainda cumpriu à risca 4 lições kama sutrianas.

 

No quarto quarto o NRN partiu pra cima e criou várias oportunidades. A OAB, como ocorrido no torneio início, abriu a caixa de ferramentas e foi falta pra todos os gostos.

 

Charles, o nosso  “Panther Pink”, o pantera cor-de-rosa, dá uma interpretação européia quanto à existência ou não de faltas, mas disciplinarmente aplica a arbitragem brasileira. Pontapé por trás, sem bola, como houve, num campeonato amador é pra cartão vermelho e não pra cartão amarelo. Faltas sucessivas e duras devem ser coibidas de imediato. O “Panther Pink” é uma lenda viva do nosso campeonato, mas na disciplina está a contemporizar de mais.

 

A OAB jogou com mais inteligência e mereceu o resultado. O NRN ainda teve um tiro livre direto e um pênalti desperdiçados e não conseguiu diminuir o placar.

 

Fim de jogo e dois resultados em que o "goleiro" ou "goleiros" foram decisivos.

 

TJ, SEA e JURIS são os favoritos. Justiça Federal e OAB correm por fora pela última vaga. O NRN precisa jogar com mais inteligência para tentar reagir e beliscar uma das 4 vagas nas semifinais. Barça e Priori, aparentemente, vão fazer figuração neste turno. Ainda restam 4 rodadas e o campeonato ainda está aberto”.

 



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