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Na decisão de ontem, que fechou o primeiro turno, Advogados e SEA/REAL escreveram uma das mais belas páginas do livro do Campeonato de Mini-futebol da ASTRA 21 nesses 20 anos de existência.

O campo estava pesado, afinal, a chuva que insistiu em cair na cidade desde a 3ª feira impediu que se pudesse passar a máquina e aparar o gramado. Porém, a drenagem do nosso campo já é internacionalmente conhecida e a bola rolou fácil, sem poças d"água. A ASTRA 21, sempre buscando inovar, repetiu a ação de locução do jogo, como foi feito no Torneio Início, só que desta feita colocou as caixas de som para propagar a narração e dar ares ainda mais de emoção e decisão ao clássico. Outra novidade foi, pela primeira vez, transmitir, ao vivo, uma partida de futebol em nossa associação. Guardadas as proporções, o que a TV nacional fez em 1970 ao mostrar ao vivo uma partida de Copa do Mundo, nós fizemos agora a 1ª transmissão da "nossa Copa do Mundo". 

Em campo, as duas equipes com melhor performance na fase preliminar. O jogo lembrava a final do campeonato de 2018, vencido pelos Advogados, na prorrogação, contra o então Real Natal, que havia vencido o 1º turno desbancando a SEA. As duas equipes se uniram este ano e, mais uma vez, um time do TRT estava numa decisão.

A partida teve todos os ingredientes de uma grande final. Jogo estudado no início, disputado na maior parte do tempo, nervoso em alguns momentos, com um golaço de voleio de Rodrigo Pagode abrindo o placar e o empate em lance polêmico no último minuto em tiro livre direto cobrado por Tiago, com a bola beijando o travessão antes de morrer no fundo do gol. Foi para a prorrogação e os dois times buscaram o gol nos dois tempos, sem se acovardarem esperando os penais. E decisão se vence no detalhe.

Na minha análise, fria e sem partido, Gilson "Mamu" foi um bruxo e fez de um limão, uma limonada. Seu time é operário. As estrelas que se destacam e podem ser diferenciais não jogaram este primeiro turno. Então o time se superou na união e força conjunta. E com esse grupo artífice, o "Mamu" se viu na final sem Yonaldo e Bruno Motta, pilares dessa equipe, e sem Weberton "Bond", que na semifinal mostrou sua importância como lateral e centroavante. Méritos para a SEA/REAL chegar na final e disputar palmo a palmo o título.

Os Advogados têm uma belíssima equipe. Todos sabem jogar e possuem um comprometimento em estar presente a cada jogo, facilitando o trabalho de Paulinho Teixeira em ter opções em todas as partidas. Boa parte do time joga junto desde 2017 e isso é um fator que diferencia, positivamente.

Porém, no jogo de ontem, embora a maior posse de bola tenha sido dos Advogados, faltou objetividade aos causídicos. Em vários momentos da partida a formação da equipe não favorecia a ofensividade. Até começou bem com Neffer plantado na área, ele que faz o melhor trabalho de pivô do campeonato, com Delinho armando e Tales e Marcelo Leão pelas laterais, e assim os Advogados chegaram perigosamente no gol de Paulo Fernando, mas, em poucas oportunidades. Porém, com o início das mexidas o time ficou sem referência de ataque. Somente no terceiro quarto, quando entraram Silvio Iéié e Rodrigo Pagode, o time aumentou seu poderio ofensivo, o que terminou dando certo com a abertura do placar.

Todavia, a SEA/REAL foi muito mais objetiva na tentativa de fazer o gol no adversário. Não à toa o nome do jogo foi o goleiro Higor, que mais uma vez fechou a porta da sede dos Advogados e evitou o gol com intervenções providenciais. E não foi somente em chutes de fora da área - uma característica da SEA/REAL -, mas também mostrou arrojo ao sair nos pés de Marx ou presença e elasticidade numa cabeçada de Neto Goianinha.  

O gol dos Advogados nasceu numa cobrança de escanteio já no 4/4 em que Rodrigo Pagode pegou de sem pulo mandando um balaço para o gol, talvez, no único vacilo da zaga da SEA/REAL que tinha em Fantico um xerife e Derocy a experiência nas antecipações. Essa dupla veterana é fantástica. Se só jogarem futebol e esquecerem de reclamar tanto, a partida flui bem. Registre-se a alegria infantil do pequeno Rafael, filho do artilheiro, que junto com outras crianças que assistiam a partida vibrou orgulhoso com o golaço do pai. Bela imagem e que sintetiza o que o nosso campeonato procura trazer. Alegria e congraçamento.

O empate surgiu num tiro livre direto cobrado por Tiago, após uma falta marcada pelo árbitro num lance entre Tales (ADV) e Netinho Caicó (SEA/REAL), em que ambos levantaram o pé, mas o juiz interpretou que houve o elemento faltoso por parte do causídico. Um minuto antes, Lailson e o próprio Tales desperdiçaram um contra ataque que poderia ter sido decisivo.

As reclamações dos advogados quanto a este lance foram inúmeras, assim como foi a "quase" sexta falta da SEA/REAL que o árbitro voltou atrás. A forma como os jogadores partiram para cima do árbitro foi em tom de visível exagero. O nervosismo faz parte de uma decisão, porém, temos observado que alguns se excedem e essas figurinhas devem lembrar do artigo 26, letra "B", do Regulamento. Tem nêgo pendurado para o segundo turno.  

A decisão veio com tiros livres da marca do pênalti, com as equipes cobrando, inicialmente, 03 (três) pênaltis cada uma, todos convertidos por Tiago, Neto Goianinha e Tatuta (SEA/REAL) e Roberio, Serginho e Delinho (ADV). Iniciada a cobrança com sequencia alternada, Max e Netinho Caicó marcaram para a SEA/REAL, e Marcelo Leão e Renato Bahia para os Advogados. Na terceira série, Gilson Filho tomou a distância entre Lajes e Pium para bater na bola que morreu no peitoral do goleirão Higor. A responsabilidade final estava nos pés de Rodrigo "Chulé", que até então tinha feito um jogo que nem cheirava e nem fedia, e incorporou o espírito do alemão Schuller e meteu o pé na bola espantando qualquer odor de derrota.

Encerrado o jogo, a Kolluna agradece aos times que proporcionaram uma belíssima final, a diretoria da ASTRA 21 que comprou nossa ideia de emular o jogo com a locução, ao narrador Jarbas Fonseca que chegou na madrugada de Mossoró só para fazer a narração e segurou peteca no gogó mesmo quando a energia faltou, ao câmera Fabinho pelas imagens, ao árbitro Bruno Palhares e ao nosso amigo Charles Elliont, este que comandou a mesa com meus parceiros José Carlos e Lukas (que praticamente não trabalhou), a Lopes que fez a transmissão ao vivo pelo Facebook, aos amigos que participaram mandando mensagens durante a transmissão, a presença do prof. Eloi Simplício e do colega Túlio da Justiça Federal, que estiveram presentes na ASTRA 21 e ao público em geral que lá foi assistir.

Vencida a primeira etapa, a disputa está acirrada pelo Troféu "Gustavo Mendonça" pela artilharia do campeonato. Carlos "Bago" Magno (TRE) tem 11 gols, Pablo (AMARN/AMATRA) tem 10 gols, Tiago (SEA/REAL) tem 9 gols e Tatuta (SEA/REAL) tem 8 gols.

Pelo troféu "Elacir Freitas da Rocha", de melhor goleiro, Higor (Advogados) foi o grande destaque nesse primeiro turno.

O campeonato dá uma parada de três semanas e retoma no dia 06.07.2019, com rodada cheia para o começo do segundo turno e jogos pela manhã e à tarde.        

Confira o jogo na integra

Confira Artilharia e Cartões: