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“Quer moleza? Vai sentar no colo do Papa”! Essa era uma das frases de efeito ouvidas na adolescência quando se ironizava alguém que reclamava de um trabalho duro ou que iria lhe trazer um esforço maior que o normal. Essa frase foi usada num vídeo publicitário que substituiu a segunda parte da frase numa propaganda do “Balaio”, uma rede de supermercados de então. A frase assim ficou: “Quer moleeeeeeza, vai no Balaio”.

Moleeeeza? Não tem no campeonato de mini-futebol da Astra. Moleeeeeeza? Só para a OAB/RN que passeia pelas ruas largas de Buenos Aires, comendo papas ... (!) fritas com chorizo e deliciando um fino Malbec ou uma gelada Quilmes, representando o Brasil no Pan-americano de Abogados, como chamam os castelhanos aos homens da lei. A expectativa é para ver o quão crescida virá a já cantada e decantada pança de Tales quando do retorno da terra de Francisco.

Mas, vamos ao que interessa. Moleeeeeeeza? Tem mais não. Os jogos são iguais e decididos nos detalhes. E o pior. O sol faz com que o desgaste nos times seja intenso. Vejam que somente na abertura da primeira rodada houve uma goleada mais sonora, que foi a vitória do TJ contra os Piratas. Depois os mesmos Piratas deram uma canseira internacional na OAB e o TJ perdeu para a Justiça Federal que, por ter Denilson em campo tem um diferencial a mais.

Assim, TJ e JF abriram a rodada de sábado. O novo TJ é outro time, diferente daquelas caras imberbes do ano passado em que o time todo era formado por sobrinhos de Péricles. Esse ano, caso Péricles tivesse permanecido no time do TJ, seria ele o sobrinho. O neném do TJ é o zagueirão Assis com a experiência de mais de 05 décadas.

Mas é um time muito arrumado. Ivanildo “carrapato” lá atrás junto com Assis, Marcão no meio, Eduardo e Maurício oportunistas na frente, além de vários colegas que se apresentaram este ano e que carregam nos ombros um tempo em que o futebol jogado era o futebol-arte. E no sol que fazia no sábado não tinha idade que suportasse. Isso pesou negativamente no time do TJ.

A JF soube usar sua juventude, pois se a média do TJ é de cinquentões a da JF é de quarentões, além de ter as arrancadas de Denilson para decidir as partidas. O placar de 4x1 pode parecer elástico, mas o jogo foi igual durante boa parte. Com o resultado a Justiça Federal tornou-se líder isolada da competição.

No jogo seguinte uma polêmica. O Real Natal não depositou na Federação o valor constante do contrato de empréstimo de Marcelo Patinha e Henrique Espinho que, por pertencerem ao JURIS, só poderiam jogar pelo Real naquela partida se embolsassem a exorbitante quantia de R$ 4,00 (pelos dois).

Patinha, vocês conhecem, preferia não jogar a ter que efetuar depósito tão dispendioso. Ele até acha que vale os R$ 2,00 (dois reais), mas não tem força suficiente para pôr a mão no bolso. Henrique assumiu a dívida, mas disse que vai cobrar de Cuca, que por ter uma festa na sexta, forçou a expulsão no jogo passado para não ter que estar presente neste sábado.

O sol era impiedoso no segundo jogo. O JURIS, contagiado pela boa apresentação do jogo passado, botou fogo na partida e com 03 (três) minutos fez 2x0 com Júnior e Camilo. Aí voltou a ser o JURIS dos inícios de cada partida. Deu espaço para o RN e permitiu que o adversário dominasse. O segundo quarto foi todo do Real Natal que descontou com Marcelo Patinha e em respeito a sua equipe não comemorou o gol, mas usou tal argumento para dizer a Henrique que não pagaria os R$ 2,00 devidos “nem a pau”.

O segundo tempo foi corrido no início, fazendo com que até mesmo Charles Elliont corresse em campo. Inacreditável, mas foi verdade. No fim do terceiro quarto todos estavam ‘mortos’, inclusive o árbitro que já não conseguia ver as insistentes faltas que Max e Nino faziam em Alípio.

Numa falha da defesa do JURIS, a bola sobrou livre para Cezinha que empatou a partida quando o JURIS era melhor. A partir desse momento o Real fechou-se e o JURIS partiu para o ataque perdendo gols inacreditáveis. Na verdade não perdeu gols, o goleiro do Real foi que mereceu bicho dobrado pelo número impressionante de defesas feitas em chutes de Netinho, Alípio e Bago, que parece ter voltado a forma infernizando a defesa adversária.

No último lance, Bago botou na frente, lançou Alípio e quando se apresentou para receber e entrar com bola e tudo, o craque experiente do JURIS devolveu de canela, impedindo sem querer que o seu time saísse de campo com os 03 pontos.

Fim de jogo e os dois times estavam exaustos. Os cocos de Mizael foram insuficientes para hidratar a turma que, à exceção de Camilo, parece que permanece com medo do bafômetro. Camilo é um caso (ou um fígado) à parte.

Empate com gosto de derrota para o JURIS e de vitória para o Real Natal.

No vestiário, pós-jogo, os quatro chuveiros ocupados e 10 homens esperando para tomar banho. Cena típica de outra propaganda, essa mais recente, da Cachaça Velho Barreiro em que, após uma pelada os caras tomam banho, o sabonete cai no chão e alguém diz: